Grupo de dieta em Jerusalém une judias e palestinas.
=
Toda semana elas se reúnem para monitorar o peso, trocar dicas sobre uma vida mais saudável e falar dos maridos e filhos. Mas este grupo de dieta tem uma diferença: é formado por palestinas e israelenses que se dispõem a promover o diálogo a partir da luta comum contra a balança.
Toda semana elas se reúnem para monitorar o peso, trocar dicas sobre uma vida mais saudável e falar dos maridos e filhos. Mas este grupo de dieta tem uma diferença: é formado por palestinas e israelenses que se dispõem a promover o diálogo a partir da luta comum contra a balança.
=
"Eu nunca me senti bem comigo e com meu corpo, e isso é algo contra o que todas as mulheres do mundo lutam", disse a israelense de origem americana Yael Luttwak, uma cineasta que fundou o grupo achando que assim poderia "reunir mulheres que normalmente não se encontrariam".
=
Além das barreiras físicas entre Israel e a Cisjordânia, uma desconfiança construída ao longo de décadas de conflito também separa os dois grupos. Luttwak criou o primeiro grupo de dietas de Jerusalém em 2007, para fazer um documentário intitulado "Uma Paz Magra". Ela recebeu verbas de uma entidade beneficente britânica para manter o trabalho, e o quarto curso acaba de começar. Céticos podem argumentar que a paz entre palestinos e israelenses ainda está muito distante e depende de fatores bem mais complicados. Mas autores de iniciativas como essas costumam dizer que elas funcionam porque levam o processo de paz para um nível individual.
=
"Ponham tudo para fora: trabalho, notícias, crianças, o marido, a falta de marido, o ex-marido", dizia a facilitadora israelense Odelya Gertel-Kraybill, arrancando risadas das participantes no início de uma sessão recente. As mulheres de Israel há décadas se preocupam com o peso, e ali surgiu uma das primeiras filiais da entidade Vigilantes do Peso fora dos EUA. Já entre as palestinas tal tendência é mais recente, mas cresce devido à influência da TV ocidental e da taxa relativamente alta de obesidade na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. "Antes, os únicos israelenses que eu conhecia eram os soldados nos postos de controle. Eu achava todos brutos", disse a estudante palestina Enas Smoom. "Mas no grupo esquecemos que somos israelenses e palestinos -somos só mulheres falando de nutrição".
=
CAMPO NEUTRO
=
Gertel-Kraybill e a nutricionista palestina Suha Khoury comandam as discussões sobre nutrição e auto-ajuda.Buscando um "campo neutro", as mulheres se encontram numa escola internacional e só conversam em inglês. As palestinas são moradoras da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental.
=
As mulheres falam da vida, dos parentes e de seus corpos, e muitas vezes se surpreendem com o quanto têm em comum. Mas nem tudo é tão leve. Em momento de maior tensão - após um atentado ou ofensiva militar, por exemplo - podem surgir dificuldades."Eu fiquei brava porque as israelenses não entendiam como as pessoas de Gaza estão sofrendo", disse Smoom. "Mas aí algumas disseram ter filhos servindo no Exército, e eu percebi que elas queriam proteger a si e suas famílias --assim como nós".
=
Telma Schwartz, uma falante israelense de 55 anos, disse que rapidamente fez amizade com as palestinas, mas não sabia como abordar o espinhoso tema do serviço militar obrigatório para os jovens de Israel. Ela também se sente desconfortável falando dos militantes palestinos que disparam foguetes contra cidades do sul de Israel, região onde vive sua filha. "Na hora certa eu falei, e me emocionei muito. Minha filha estava irritada comigo por causa deste grupo. Ela queria que eu dissesse aos palestinos sobre o terror na vida dela, mas eu disse a ela que em Gaza eles também sofrem." As mulheres não têm ilusões sobre a possibilidade de, em dez semanas de reuniões, resolver um conflito que se arrasta há 60 anos. Na verdade, muitas delas não conseguiram nem perder peso. Mas acham que o grupo de dieta pode alterar atitudes."Espero que as israelenses digam aos outros sobre as palestinas que conheceram, que não eram só terroristas, mas mulheres que estavam dispostas a conversar. Isso poderia não resolver o processo de paz, mas nos ajudaria a nos vermos mutuamente como seres humanos", disse a estudante Smoom.
==
- reportagem de Rebecca Harrison -
Nossa... que boa notícia você tem hoje!!!! Bem que esse entendimento podia chegar aos homens, não? Obrigada pela visita! Beijos suaves da Brisa da Manhã
ResponderExcluirParece-me muito ténue a possibilidade de vir a ter algum peso na opinião ou atitude publica estas iniciativas. A influência da TV ocidental existe? Acho que não, ainda há poucos anos as autoridades do relativamente "ocidental" Egipto ordenaram a retirada das parabólicas que proliferavam nos telhados do Cairo. A questão de principio que é mandatória nesta questão não foi ainda devidamente importante para se notar ou nem sequer é real. Possível dificilmente será, basta ver o que acontece no Irão onde segundo a imprensa nacional de Portugal ainda há pouco tempo um jovem casal de namorados foram mortos pelos familiares por terem sido apanhados numa cena de sexo....
ResponderExcluirMas fica a nota de esperança da noticia.
Estou de template e award novo. Pegue o seu! Bom final de semana! Beijocas angelicais
ResponderExcluirOi, tudo bem? Sumiu... Já tem um novo exercício - O Poder da Árvore - prá você fazer! Seu post, maravilhoso! Aparece e bom domingo!
ResponderExcluirNão importa a opinião, o que me alegra é que voce também está de olho por algo melhor! bjks espero voce em meus blogs, ambos ativos
ResponderExcluirOlá Zéza! Muito obrigada por sua visita e pelo award! Já postei mais uma história! Beijos cor-de-rosa!
ResponderExcluirEu acho ótimo que isto esteja acontecendo... Oro sempre pelo entendimento entre todos os povos da terra! Tomara que perdure! Beijos e obrigada pela visita!
ResponderExcluir