
Muita gente sonha em ter um Ferrari F50 ou um Mercedes-Benz 300 SL “Asa-de-Gaivota”, mas, considerando os valores que esses veículos atingem, o sonho continua a ser sonho por falta de dinheiro.
Para o escultor veneziano Livio De Marchi, a questão financeira talvez nem fosse a mais grave, mas sim uma outra, em razão do local onde ele vive: Veneza não tem ruas, mas canais. Pois ele conseguiu resolver os dois problemas: em vez de comprar um F50, ele esculpiu uma unidade. E, para “rodar” pelos canais, dotou o carro/barco de um motor de popa e o construiu em madeira, para que o veículo se tornasse o primeiro “Ferrari” flutuante do mundo.
O melhor dessa história é que esse misto de carro, barco e obra de arte está à venda. Apesar de parecer óbvio que um artista queira vender sua obra, não é.
Frank M. Rinderknecht, fundador da Rinspeed, criou carros incríveis, que poderiam ser considerados obras de arte e que também flutuam. Pergunte ao suíço, entretanto, se ele pensa em se desfazer de algum dos automóveis. Ele disse que não vendia, não emprestava e não fabricaria nenhum deles em série.
No caso de De Marchi, ele vende, sim, e esse é inclusive seu “motor criativo”, digamos. Um novo carro só nasce quando o mais recente encontra um novo dono. O F50, portanto, não é o primeiro carro/barco que De Marchi constrói.
Tudo começou com um Jaguar modelo 1937, em 1988, que acabou sendo vendido. Para não ficar “a nado”, o artista criou outro modelo, sempre de um dos carros que ele sonhava em ter. O veículo seguinte foi um Fiat Topolino, que também passou para outras mãos em pouco tempo. Em seguida, veio o Mercedes-Benz 300 SL “Asa-de-Gaivota” e finalmente um VW Fusca, ou Maggiolino, como ele é chamado na Itália. Ambos vendidos.
O F50 nasceu como esforço criativo e também como o novo meio de transporte de Livio De Marchi depois do Fusca, mas, como toda obra, seu destino seriam as mãos de algum museu ou colecionador. Só que ele foi ficando, ficando... E continua com o artista. Consultado sobre valores pelo WebMotors, o artista preferiu não entrar em detalhes.
Toda a história com os carros de madeira começou como uma piada entre De Marchi e seu filho, Mattia, quando eles se dirigiam ao Canal Grande, em Veneza, em um barquinho que era açoitado pelas ondas produzidas por barcos maiores. Chegando ao Canal Grande, havia um congestionamento de navegações e o artista, surpreso com a situação, chegou à conclusão de que, em um engarrafamento, um barco não seria o melhor personagem, mas sim um automóvel.
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